Ao redor do mundo, poucas cidades têm se desviado dos modelos dominantes de desenvolvimento urbano para adotar abordagens mais saudáveis, justas e sustentáveis. Onde se deram transformações urbanas importantes, a história completa ainda não foi contada. Os silêncios e as histórias incompletas, que vêm pautando as narrativas sobre transformações urbanas são marcadas pela colonialidade. As histórias de transformações frequentemente são simplificadas, dando crédito a um único prefeito ou política, e o contexto histórico-social e político é negado. Por meio de uma parceria internacional de pesquisa, envolvendo pesquisadores acadêmicos e comunitários, o estudo comparativo de três casos de cidades (Belfast, Belo Horizonte e Bogotá) que tiveram transformações urbanas e foram implementadas políticas para melhorar a qualidade de vida e promover a equidade (em saúde) na cidade visa estimular diálogo e aprendizagem por meio de narrativas sobre desenvolvimento urbano sustentável. A partir de estudos nos três locais, utilizando métodos qualitativos e participativos (entrevistas com informantes-chave, foto-voz e outros), buscamos mudar o paradigma de quem e como contamos histórias sobre transformações urbanas e quem as conta, levando as cidades a desenvolver soluções contextuais para promover a saúde, a equidade e o bem-estar. Em Belo Horizonte, o projeto está sendo desenvolvido pelo Observatório de Saúde Urbana e busca analisar as trajetórias no combate à insegurança alimentar e nutricional e as narrativas ou “histórias” que foram produzidas sobre tais trajetórias. Buscamos explorar o contexto histórico, social, político, econômico e cultural em que a cidade se tornou referência internacional no combate à insegurança alimentar e possíveis contradições, limitações e “contra narrativas” desta “história de mudança e transformação” através de um estudo de revisão e de análise qualitativa e participativa.
Belfast
Belo Horizonte
Bogotá