What is the cross-sectional association of geospatially derived walkability with walking for leisure and transport?

Artigos
Publicado em 2025
Projetos: GDAR
journal.pone.0320202-imagens-0

Introdução: Ambientes construídos têm demonstrado influenciar comportamentos de vida ativa, incluindo a caminhada. No entanto, essa literatura é predominantemente oriunda da Europa e da América do Norte. Este estudo teve como objetivo criar um índice de caminhabilidade derivado geoespacialmente em nível de cidade e investigar a associação com a prática de caminhada em Belo Horizonte, Brasil. Métodos: Foi realizada uma análise transversal usando dados de participantes do estudo MOVE-SE de 2014-15 em Belo Horizonte. Um índice de caminhabilidade foi criado no nível de setor censitário, incluindo densidade residencial líquida, diversidade de uso do solo e conectividade das ruas, utilizando o software ArcGIS. A caminhada para lazer e transporte foi autorrelatada por meio do Questionário Internacional de Atividade Física. Covariáveis como características sociodemográficas, indicadores de saúde e contexto da vizinhança foram avaliadas. Foi empregada uma regressão binomial negativa multinível, incorporando fatores de confusão em cinco modelos combinados com adição sequencial de grupos de covariáveis. Todas as análises estatísticas foram realizadas no software R, com nível de significância de 5%. Resultados: O estudo incluiu 1.372 adultos com 18 anos ou mais, com maioria feminina (60,5%), idade mediana de 41 anos e 45,9% com, no máximo, ensino fundamental completo. A renda familiar de 63,7% dos participantes variava entre uma e três vezes o salário mínimo. A saúde autorrelatada foi considerada boa por 64,7% dos participantes, e o Índice de Massa Corporal (IMC) mediano foi de 26,2 kg/m². Sobre o contexto da vizinhança, o tempo mediano de residência foi de 15 anos, a renda mensal per capita foi de US$ 175 e a inclinação média do terreno foi de 8,2%. Os participantes relataram uma mediana de 180 minutos por semana (intervalo interquartil: 120 – 250) de caminhada para lazer e transporte. O índice de caminhabilidade mediano foi de -0,51 (intervalo interquartil: -1,40 – 1,21). Após ajuste para fatores de confusão, o modelo final indicou uma associação positiva entre o índice de caminhabilidade e a caminhada para lazer (RR: 1,33; IC95%: 1,32-1,35; p < 0,001) e transporte (RR: 1,22; IC95%: 1,20-1,24; p < 0,001). Discussão: Os achados demonstram uma associação positiva entre maiores níveis de caminhabilidade e aumento dos comportamentos de caminhada em diferentes contextos. Isso reforça a importância do planejamento urbano, do design e de intervenções políticas adaptadas aos ambientes locais para promover a caminhabilidade, reduzir a dependência de automóveis e facilitar estilos de vida mais saudáveis como parte da rotina diária.

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